Relatório indica que quase 4 mil recuperações judicial de sociedade ativas estão em curso
A cada mil empresas em atividade no Brasil, quase duas (1,8) encerraram o primeiro semestre de 2023 em recuperação judicial. Ao todo, são 3.823 recuperandas, de um total de 2,1 milhões de sociedades.
Os dados são do Monitor RGF de Recuperação Judicial com base em números divulgados pelo Ministério da Fazenda sobre todas as sociedades em atividade no país. A plataforma mostra quantas sociedades estavam em recuperação ao fim de junho, independentemente de quando o processo teve início. Para isso, ela verifica a razão social — que passa a conter a expressão "em recuperação" sempre que a sociedade está sob um processo do tipo. O levantamento exclui os microempreendedores individuais (MEIs).
O setor líder em quantidade de processos é o de cana-de-açúcar. A cada mil companhias desse segmento, 38,6 estão em recuperação. Em seguida aparecem os setores de construção de rodovias, com 16,3 empresas a cada mil em atividade; de fabricação de calçados de couro, com 13; de transporte coletivo, com 12,5; e de cultivo de soja, com 12.
Conforme a plataforma, o estado com o maior número de empresas que buscaram a Justiça para negociar com os credores é São Paulo, que registrou 1.198 — um terço do total do país. A maior parte das companhias está em território paulista (793.194).
Em uma comparação entre o número de processos de recuperação e o total de empresas em atividades, São Paulo fica com um índice de 1,51 para cada mil. Tal número é muito maior em outros estados e regiões. No Centro-Oeste, por exemplo, são 3,12 a cada mil empresas ativas. Goiás se destaca com um índice de 5,34, enquanto Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ficam, respectivamente, com 3,42 e 1,06. Já o Nordeste tem 2,36 empresas em recuperação a cada mil ativas. No Sul, são 2,15. Já o Sudeste conta com um índice de 1,44. A última colocação é da Região Norte, com 1,09.
Segundo dados da Serasa Experian, foram registrados, em todo o Brasil, 593 novos pedidos de recuperação judicial entre janeiro e junho deste ano. Dentre as companhias que precisaram recorrer ao Judiciário para renegociar com seus credores estão Americanas, Light, Oi e Grupo Petrópolis.
Com base em matéria publicada pelo Conjur
em https://www.conjur.com.br/2023-ago-28/cada-mil-empresas-terminaram-junho-recuperacao-judicial