BELO HORIZONTE/MG – Principal momento da visita da delegação de sindicalistas chineses da Província de Jiangsu, a reunião com sindicalistas da Força Minas foi realizada nas dependências do Mercure Lourdes Hotel, em 07/08, localizado na região central da Capital.Liderado por Cao Hai, vice presidente da União Sindical da Província de Jiangsu, o grupo foi integrado por Miao Jianhua, diretor Internacional do Departamento de Liaison; Zhang Yuewu, secretário do partido e vice-presidente da Federação Municipal de Huaion; Zhang Fan, vice-presidente da Federação Municipal de Wuxi; Wang Yongkang, presidente da União Sindical de Zhangjiagang, e Feng Zhi, secretário do partido e vice-presidente Federação Municipal de Huaion.
Em nome dos sindicalistas mineiros e do secretário nacional de Relações Internacionais da Força Sindical, Nilton Neco, o presidente da Força Minas, Vandeir Messias, voltou a saudar os visitantes e apresentou relato em que traçou um paralelo entre a realidade brasileira com a crise internacional que, segundo disse, “bate mais forte na porta do Brasil e requer esforço redobrado dos trabalhadores, na busca de alternativas de sustentabilidade”.CONTRA O DESEMPREGO – Para Messias, a conjuntura tem cobrado envolvimento de natureza tripartite, em que as partes procuram reformular custos, uma vez que o desemprego tem se apresentado de maneira pontual, mas já é notado em determinados setores e começa a ser detectado no comércio, um dos segmentos que mais empregam. Em questão, a garantia de direitos adquiridos e poder de negociação.Ao comentar o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), lançado pelo governo federal, em 06/07, o presidente da Força Minas apontou a resistência de grande parte do movimento sindical em aceitar o programa, que flexibiliza jornada e salários, em troca da manutenção dos empregos.
O PPE propõe a diminuição de até 30% das horas trabalhadas, com redução do salário pago pelo empregador.Mesmo diante do desenvolvimento experimentados pelos países em desenvolvimento, enquanto as nações europeias atravessavam forte crise econômica, bancos e empresas privadas obtiveram expressiva margem de lucros, sem repassar parcela de contrapartida social, como no caso do setor automotivo que, no Brasil, ainda foram beneficiados por linhas de crédito e pela desoneração fiscal concedida pelo governo.DESAFIO – Antevendo um desafio colocado para os países que integram os BRICS (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul), Vandeir Messias acredita que as semelhanças existentes entre Brasil e China, tais como potencial econômico, além da persistência e da capacidade de organização, são instrumentos capazes de promover a superação dos problemas.Entre os mecanismos disponíveis, o líder sindical citou as redes mundiais de trabalhadores e lembrou a razão de ser do intercâmbio com os chineses, já que as empresas adotam políticas comuns em todo o globo. Exemplos são encontrados nas transnacionais de gases industriais, montadoras automotivas e indústrias farmacêuticas.O presidente da Força Sindical de Minas Gerais frisou a importância dos acordos bilaterais entre China e Brasil nas áreas de transportes, ferrovias, energia e infraestrutura, expressando a fé na produção de de progresso, estabilidade no emprego e nas garantias sócias, “especialmente para a juventude”, declarou.
Apontando Minas Gerais como estado precursor na atividade de setores relevantes, como mineração, indústria tecnológica, agronegócio e indústria alimentícia, Messias destacou a hegemonia mineira na produção de café, da qual participa com 48% do total da fabricação, com a segunda colocação ocupada pelo Espírito Santo, que detém 28% do produto nacional.